Dia desses, me disseram que gostavam das coisas que eu
escrevia.
E eu interpretei que não pelo conteúdo, em si, mas pela
forma. Continuaram a me dizer que eu nunca impunha minha opinião de uma maneira
agressiva, de forma doce eu agregava as palavras e, simples assim, construía.
Depois de um tempo, escrevendo, publicando, recebendo
elogios e críticas e olhares bondosos e abraços de ternura, daquela que só o
coração sabe dar, eu resolvi fechar as portas de um espaço que existe há mais
tempo do que muitos imaginam.
Não foi crise de criatividade, não foi falta de inspiração ou birra de uma
que nem lolita e nem balzaca.
Foi uma tentativa de me encaixar em algum lugar. Sair do
filme para saber em que cena entrar, em que modo operar.
Daí que passamos alguns dias, ainda não sei qual é a cena e
menos ainda qual o filme. O toque de retirada não foi furtivo sequer aqui:
continuou sendo claridade mesmo que as folhas se vestissem cinza.
Para quem sentiu falta, digo que estou de volta.
E vou ficar, ficando. Até que os dedos permitam, até que o
coração fale e até que a cabeça faça fita.
Com laços e nós e uns pontos grandes e uns pontos pequenos,
costurando letras.
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