Teve uma fase, e nesse ponto eu confundo um pouco fase da
vida e fase da faculdade, que eu achava bem genial essa frase: direitos humanos
para humanos direitos.
Nem vou entrar no mérito do nosso sistema penal porque seria
gastar unhas (?!) em vão. Que é falho, que é injusto, que é caro, que é
ineficaz... sim, tudo isso e quiçá muito mais.
Daí que se tratando especialmente desse ramo, a divisão
sobre o mesmo é bem simples. Basta que respondamos de que lado do muro nós
estamos. Famílias vítimas de malfadados atos são descrentes da justiça. As
famílias dos infratores, pasmem, também o são.
E aí, aonde estão os direitos humanos? Nem uma e nem a outra
se sentirá nesse momento apoiada. Enquanto uma clama por uma segurança provinda do Estado, a
outra clama pela segurança dentro do próprio Estado. É sim, vias de fato, uma discussão sem fim.
E talvez, com o tempo, com o vento e com mais um monte de
socos que a gente leva da vida, e, sejamos francos, com uns afagos também, eu
me tornei um pouco mais amena em relação às minhas opiniões.
Hoje eu já não mais levantaria essa bandeira. E não é
moralismo de um lado ou de outro. É apenas constatação. Embora eu consiga
transitar livremente entre um mundo e o outro, racionalmente e emocionalmente
há sim como entender – isso, claro, para quem distingue que uma análise não é
uma concordância.
Lógico que eu erro e peco e muito também. Sou tão falível
quanto possa ser qualquer um de carne e osso. Mas felizmente, temos nossas
particularidades. E nessas, meus caros, acho que cultivei que minha grama não
é nem mais nem menos verde que a de ninguém.
E quantos dedos mesmo nos apontamos quando julgamos o
outro?
Por essas e outras que não digo que direitos humanos são
para humanos direitos... quem seria eu para indicar um que não direito? Ou outro
que desumano?
A ferida dói. Sempre. Estando certo, estando errado. Somos
sempre mais carne quando talvez devêssemos ser mais espírito.